As pessoas estão projetando os reflexos do COVID para o ano de 2021, mas eu estou pensando nos reflexos dele para os próximos 100 (cem) anos, uma vez que o vírus já transformou todos nós. Embora muitos de vocês sequer percebam isso.
O vírus não só transformou o modo como convivemos, mas também o nosso conceito de lar. Enquanto, antes da pandemia muitos queriam casas pequenas, já que passavam pouco tempo , efetivamente dentro de casa. Agora, muitos querem casas grandes, espaçosas, confortáveis, adaptáveis e home office. Nitidamente, isso reflete no mercado imobiliário como um todo, desde a forma estrutural até o que passou a ser objeto de desejo entre quatro paredes. A automação será a “bola da vez”, robôs que limpam a casa, máquinas que lavam os pratos, deixarão de ser artigos de luxo.
Mais que isso, o vírus mudou nossa forma de consumo, muitos pensarão a partir de agora que não haverá razão para pegar um carro, sair de casa, procurar uma vaga de estacionamento, frente a possibilidade barata e confortável do “delivery” e até mesmo do drive-thru. É, parece que pós pandemia muitos setores deixarão de ser frequentados. O ato de “bater perna” em shoppings centers será cada vez mais raro. Afinal, o e-commerce nunca esteva tão aquecido. Não é mesmo?
Quem diria que os shows seriam cada vez mais virtuais e nos aproximaríamos daquele antigo desenho (agora eu confesso minha idade), os jetsons! Para os jovens, eu explico que desenho é esse, é um desenho antigo, onde a humanidade convivia pacificamente com robôs, viagens espaciais e muita tecnologia, uma verdadeira evolução tecnológica que gerou reflexos nos seres humanos e em suas relações. Algo familiar?
O avanço tecnológico e a possibilidade comprovada da existência de um home office eficiente, refletirá inclusive em toda a malha aérea, já que o mundo comporativo entendeu que manter os funcionários em suas casas, gera uma grande economia e um significativo aumento de produtividade. Será memorável explicar como o mundo funcionava antes da pandemia aos nossos netos e bisnetos. Ah sim, isso não é loucura, o tempo de expectativa de vida também aumentará, de acordo com o IBGE.
O que falar dos advogados avessos às tecnologias e necessidades de readaptações?
Aqueles que não enxergavam que a rede social já era a maior vitrine jurídica possível, aqueles que esqueceram da máxima “quem não é visto não é lembrado” e assim por diante?
Sim, é fase de readaptação inclusive no mundo jurídico, na realidade, a fase de readaptação já iniciou há muito tempo. O contencioso já substitui advogados por máquinas, os advogados que não estão nas redes sociais por mais memoráveis que sejam, estão com menos visibilidade que os jovens operadores do Direito high-tech. Até a forma de se comunicar com os clientes mudou, a consultoria será cada vez mais “a bola da vez”. Então, o advogado preventivo será melhor remunerado e quem não estiver adaptado a isso, infelizmente não acompanhará a evolução jurídica.
O judiciário será cada vez menos demandado, as demandas conflituosas também, a advocacia extrajudicial estará cada vez mais em voga e o litígio será rechaçado por todos os bons profissionais. As audiências virtuais, mais comuns, utilização de certificados digitais (para tudo), também e assim o mundo forçosamente se remodela e surge uma nova era.
E aí, você está pronto para todas essas mudanças?
Autoria: Gabriela Pereira
O meme “Aí Gabi, só quem viver sabe?!” nunca fez tanto sentido sabia?
Eu tenho sentido essa mudança diariamente.
Assusta, mas é muito instigante também.
Parabéns pela reflexão.
Você sempre acerta! ❤️
Acho que todos nós, essa situação refletirá como um todo.
So falto descobrir o numero da loteria.
Sempre acreditei que passamos por determinadas situações para podermos evoluir, e tento ver o lado positivo da pandemia justamente porque ela nos obrigou a inovar e darmos grandes passos perante a avançada tecnologia que já vem nos englobando há um bom tempo.
Essa velocidade realmente é um pouco assustadora mas ao mesmo tempo estimula a buscarmos conhecimento e nos aprimorarmos para ‘dançar conforme a música’ .
O direito extrajudicial é a ‘música’ do momento e que veio para ficar e com isso as facilidades para poder desafogar o judiciário e auxiliar cada vez mais , nós advogados , a resolver o litígio de forma ágil .
Perfeito, concordo plenamente.